Terradova

Agricultura biológica x produção convencional

Foi-se o tempo em que os brasileiros e a população mundial não se importavam com o que era colocado em sua mesa, hoje um dos assuntos em alta é sobre consumo consciente e a “desintoxicação” ambiental, o ponto de vista entre agricultura convencional e agricultura biológica nunca foi tão debatido.

Parece cada vez mais um caminho sem volta nos hábitos de consumo mundial.

Você na sua propriedade está preparado com conhecimento e tecnologia para essa expansão? O que sabemos é que:

O mercado de alimentos vem crescendo de forma constante há alguns anos.

Um aumento inexplicável nos diagnósticos de doenças menos conhecidas no passado (especialmente câncer) tem sido atribuído ao uso indiscriminado de fertilizantes na produção agrícola nas últimas décadas.

 

Quem cultiva, planta e colhe deve acompanhar de perto esse crescimento, para não se surpreender e perder a capacidade de competir com os concorrentes, ou melhor, sair na frente com a sua produção com o manejo biológico.

Agricultura Convencional

O conceito “agricultura convencional”, amplamente utilizado durante o período da “revolução verde”, é um método agrícola que busca maior produtividade por meio do uso intenso de insumos externos, o que leva a resultados econômicos visíveis no curto prazo, como aumento de produtividade e eficiência.

No início, os ganhos de produtividade também ajudaram a reduzir a migração rural e melhorar a distribuição de renda, mas no longo prazo trouxeram danos ambientais inexplicáveis ​​pelos especialistas agrícolas tradicionais, além de equipamentos tecnológicos desenvolvidos gradativamente que substituiu a mão de obra.

O modelo de desenvolvimento da “agricultura tradicional” acima mencionado é intensivo em capital e é, principalmente, orientado para o mercado externo.

Também foi verificado que as plantações voltadas para a monocultura são desenvolvidas em grande escala, o que pode eventualmente levar à diminuição da diversidade genética do ambiente colhido.

 

Diante do avanço da produção agrícola em larga escala pela “agricultura convencional”, popularizou-se a proposta da agricultura com manejo biológico, que tem como premissa a utilização de métodos e técnicas (cultivo e rotação) que respeitam os limites da natureza, com pouca ou nenhuma dependência de agroquímicos (substitutos de fertilizantes e repelentes naturais) e trocam conhecimentos científicos com conhecimentos locais desenvolvidos pelos agricultores.

 

Esse tipo de lavoura requer capital para investimento e, quando esses insumos externos são empregados, torna-se mais dependente de fatores externos (no caso de fornecedores).

Isso tem a ver com o fato de que essa dependência de insumos externos leva a perdas pelo uso excessivo de fertilizantes e combustíveis para aumentar a produtividade, o que primeiro leva à superprodução, mas depois o aumento desses insumos leva a uma queda no preço na produção agrícola, devido às suas dependências, o mercado é super produzido (grande oferta) incapaz de repassar o crescimento aos consumidores.

Agricultura Biológica

A agricultura com manejo biológico é uma agricultura sustentável em nível econômico, social e ambiental, promovendo produtos de alta qualidade, utilizando práticas sustentáveis.

 

A agricultura biológica também é conhecida como agricultura orgânica, agricultura ecológica ou agricultura natural, os nomes variam consoante o país.

 

Baseia-se no funcionamento dos agroecossistemas e utiliza práticas como rotação de culturas, adubação verde, controle biológico de pragas e doenças – ajudando a promover seu equilíbrio e biodiversidade.

 

Baseia-se na interação dinâmica entre solo, plantas, animais e humanos, tratados como uma cadeia inseparável em que cada elo afeta os outros elos.

 

Com o objetivo de manter e melhorar a fertilidade do solo a longo prazo, conservando os recursos naturais do solo, da água e do ar e reduzindo todas as formas de poluição que possam advir das atividades agrícolas.

 

A agricultura biológica ou orgânica pode ser definida por estratégias de manejo biológico proativo que mantêm e aumentam a fertilidade do solo, previnem a erosão do solo, promovem e aumentam a biodiversidade, minimizando os riscos à saúde humana e animal, bem como aos recursos naturais.

 

Muitos produtos agrícolas hoje já são produzidos através do manejo biológico, incluindo vegetais, frutas, ervas, grãos, fibras, flores e etc.

 

A fertilidade do solo é uma das principais preocupações da agricultura biológica, com o objetivo de preservar, aumentar a fertilidade e o teor de matéria orgânica, tornando o solo rico em nutrientes. Tal prática é introduzida, torna as lavouras mais saudáveis e dá maior qualidade aos alimentos.

 

Assegurar a retenção de água para as gerações presentes e futuras, respeitando os recursos naturais e contribuindo para o equilíbrio da natureza e um ambiente saudável.

 

Conclusão

A agricultura convencional concentra-se principalmente na alta produção. Caracteriza-se pela utilização de técnicas e equipamentos modernos com a utilização de diversos insumos como defensivos agrícolas e fertilizantes, que aceleram o processo de cultivo.

Na agricultura convencional, também é levada em consideração a qualidade nutricional dos alimentos.

 

Por outro lado, a agricultura biológica facilita o fornecimento de produtos mais naturais. Utiliza técnicas específicas (compostagem, minhocários, policultura entre outros) baseadas na ausência de agentes químicos.

 

Deve-se, portanto, tomar muito cuidado para não confundir essas formas de agricultura tão diferentes, tão distintas que são consideradas como modelos opostos de produção agrícola.

 

Saudações

Diego Spielmann

 

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