A conservação do solo está no centro dos principais desafios que o planeta enfrenta hoje, pois é essencial para a produção de alimentos, fibras e bioenergia. Também tem um papel fundamental na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, na preservação da qualidade da água e na manutenção da biodiversidade da vida na Terra.
Um exemplo de boa prática agrícola é o Sistema de Plantio Direto que desaconselha o revolvimento das camadas de solo visando preservar a manutenção da palha na superfície, o que, além da rotação de culturas, mantém o solo permanentemente coberto. Desta forma, é possível diversificar as culturas em culturas comerciais e de cobertura, otimizar o uso da terra e melhorar a qualidade do solo, com produtividades mais favoráveis e estáveis ano após ano.
O Dia Nacional da Conservação do Solo celebra-se dia 15 de abril, mas esse tema é permanente para pesquisadores do Centro Estadual de Pesquisa e Diagnóstico Florestal (Cerflor) do Departamento de Pesquisa e Diagnóstico Agropecuário da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Cerflor). DDPA/Seap Dr), localizado em Santa Maria. Eles instalaram uma demonstração de culturas de cobertura do solo com o objetivo de conscientizar sobre a diversidade e os benefícios que essas plantas trazem para as culturas agrícolas.
A necessidade de promover uma agricultura mais segura, produtiva e sustentável nunca foi tão grande e difícil como hoje. Dentre as soluções promissoras da indústria, o uso de agentes biológicos na produção de insumos agrícolas tem ocupado um lugar importante.
O uso intensivo e inadequado de produtos químicos nas lavouras pode causar diversos prejuízos aos produtores, como degradação do solo, poluição da água, riscos aos profissionais e aumento dos custos de produção ao produtor rural.
Além disso, o manejo errado de pragas acaba por trazer a seletividade de insetos aos ativos comumente utilizados, reduzindo a eficácia dos inseticidas além de causar sérios prejuízos financeiros.
A possibilidade de utilização de agentes biológicos como medida de controle e manejo de pragas é uma solução inovadora, sustentável e econômica que pode oferecer uma série de vantagens para o meio ambiente e para o produtor rural, além de produzir um alimento mais saudável ao consumidor.
E diante do crescente escrutínio público e dos consumidores, investir em tecnologia e fornecer alimentos seguros é a melhor maneira de aprimorar os produtos e manter um alto perfil no mercado mundial.
Vantagens do Plantio com Manejo Biológico
Os produtos biológicos são aqueles que possuem organismos vivos ou inativados em sua composição (não formam esporos) e que formam algum tipo de associação com plantas benéficas do ponto de vista de manejo para a agricultura. Esses produtos podem ser utilizados como agentes de controle de pragas, inoculantes e estimulantes, em sua forma natural, líquido ou mistura de turfa.
Além dos organismos vivos, também podem ser utilizadas substâncias derivadas do seu metabolismo, pelo que os produtos biológicos são definidos como substâncias de origem natural que são utilizadas como insumos na agricultura. O objetivo do uso dessas substâncias e organismos é reduzir a dependência e o impacto ambiental causado pelo uso de substâncias químicas sintéticas, uma vez que apresentam menor toxicidade, maior especificidade de destino e, na maioria das vezes, permitem a manutenção de organismos benéficos do solo e das plantas.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os produtos de controle biológico são divididos pela legislação brasileira em agentes microbiológicos, microscópicos e semioquímicos, com a finalidade de controlar pragas e doenças presentes em áreas agrícolas.
Agrotóxicos microbiológicos são medicamentos cujo princípio ativo é um organismo vivo, utilizados diretamente nas plantas. Os probióticos consistem em microrganismos na forma de misturas líquidas ou de turfa que são aplicadas no solo ou na parte aérea da planta. Finalmente, os semioquímicos são aqueles que são extraídos do metabolismo de microrganismos ou plantas.
As preparações são definidas por lei como as substâncias que contêm na sua composição microrganismos, que têm uma função favorável ao crescimento das plantas. Por sua vez, estimulantes que possuem ingredientes ativos em sua composição, não apenas microrganismos, podem promover benefícios diretos e indiretos no crescimento das plantas.
O manejo da porção biológica do solo visa criar um ambiente produtivo mais estável, ou seja, menos sensível ao estresse e menos dependente de insumos artificiais para as necessidades das plantas, criando assim um sistema tampão. Essencialmente, ao investir em práticas orgânicas, buscam-se sistemas mais resistentes, promovendo a diversidade microbiana através de atitudes mais conservacionistas.
Uma planta é um determinante do estado das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Além disso, são essenciais na determinação da matéria orgânica do solo, fundamental para a dinâmica desses atributos que contribuem para a fertilidade do solo. Ou seja, é fundamental que antes de qualquer atividade relacionada ao manejo biológico do solo, como o uso comercial de produtos biológicos, seja imprescindível o investimento na recuperação da biodiversidade do solo em geral.
Sistemas de monocultura ou sucessão vegetativa muitas vezes promovem, ao longo do tempo, alterações negativas nos sistemas de produção, por meio de degradação física, química e biológica. Além disso, esse processo reduz os rendimentos e aumenta as taxas de pragas, doenças e ervas daninhas.
Foi realizada a aplicação prática da teoria da biodiversidade, rotação de culturas, vinculação e sistemas integrados. Essas práticas permitem usos mais diversificados da terra, o que beneficia os sistemas de produção no longo prazo.
O uso de plantas de cobertura é um pouco restrito a boa parte da indústria de transformação, pois não se traduz em lucros econômicos imediatos e diretos. No entanto, o papel dessas espécies é claro e viável quando se comparam sistemas de produção que não as aplicam.
Controle biológico de pragas
As pragas precisam ser controladas para o crescimento saudável das plantas. No entanto, a adição constante de produtos químicos faz com que os alimentos percam suas principais propriedades e, ao mesmo tempo, traz o risco de desenvolver doenças no futuro para os consumidores.
O controle biológico na agricultura protegida utiliza recursos naturais e armadilhas que não são prejudiciais ao meio ambiente e, a longo prazo, mais acessíveis que os agrotóxicos. É possível combinar várias espécies de insetos em uma plantação para realizar o manejo integrado das pragas presentes nesta cultura, proporcionando assim uma forma mais rápida e natural de erradicar as pragas.
Os danos causados pelo uso generalizado de pesticidas e outros produtos químicos são imensuráveis ao solo e aos alimentos. O uso de soluções sustentáveis como o controle biológico torna o controle de pragas muito melhor a médio e longo prazo.
O controle natural de pragas e o manejo biológico estão ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, aos poucos as técnicas químicas se tornarão obsoletas, inviáveis e insustentáveis tanto aos grandes como para os pequenos agricultores.
Existem três organismos alternativos para o controle biológico: predadores, parasitas e patógenos. São animais que consideram as pragas como presas fáceis e necessárias para sua sobrevivência, organismos que precisam de um hospedeiro para sobreviver por um período de tempo e microrganismos que se reproduzem dentro do hospedeiro.
Vale lembrar que os organismos utilizados para o controle biológico variam de acordo com as necessidades da plantação. Cada espécie de planta precisa de um tipo específico de controle, que não prejudique seu crescimento e possa erradicar a presença de insetos, ervas daninhas ou outras doenças. A bio inteligência da TERRADOVA vem com o diferencial de avaliar e validar cada necessidade em campo, por isso mantemos as pesquisas diretamente na lavoura, para o desenvolvimento em campo ser mais assertivo.
O controle biológico é um dos remédios naturais para lidar com problemas de pragas em grandes plantações. Esta técnica baseia-se na utilização de inimigos naturais de pragas, para alcançar o equilíbrio sem intervenção química e da forma mais natural possível. Armadilhas naturais também podem ser usadas para controle de pragas em cultivos protegidos.
Saudações,
Diego Spielmann